27.10.09

Skate Slalom 22"

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Shape Slalom 22": 56 cm de comprimento por 18,5 cm de largura.

Da mesma forma que lançamos os Skates longboard 60" baseado nos protótipos que testamos nos últimos anos, estamos lançando o Slalom 22".



detalhes do acabamento

É um molde de shape com um tamanho reduzido, baseado nos clássicos, mas com alguns suaves detalhes de concave e kick no tail. Estas características o tornam mais funcional do que um shape totalmente flat.



Inspiração:




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Para adquirir um destes exemplares, clique no link abaixo:



Os Shapes Slalom, tem como opção, decks com madeiras predominantemente escuras ou claras, sendo este fator apenas estético.



confira mais fotos abaixo:









Confira mais detalhes sobre este e outros modelos de skate da Siebert neste link.

17.10.09

Skate Longboard 60": Como adquirir um exemplar?

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De acordo com o que foi detalhado na postagem anterior, estamos lançando esta nova linha de Shapes de Skates Longboard 60".

Confira os detalhes técnicos e os processos de fabricação aqui.



Criamos estes shapes com intuito de aprimorar a linha de surf do longboard clássico. A nossa proposta é de utilizá-lo como um meio de aperfeiçoamento das técnicas de caminhada e uso de bordas.

No vídeo abaixo é possível ter uma breve noção da forma que estes skates podem ser utilizados:









Para adquirir um destes exemplares, clique no link abaixo:


Os Shapes de Longboard, tem como opção, decks com madeiras predominantemente escuras ou claras, sendo este fator apenas estético.


confira mais fotos abaixo:






Fotos dos protótipos em ação aqui.

6.10.09

"O segredo do gênio é levar o espírito da criança até a velhice"



“Surfando para sempre”
Texto de Tito Rosemberg.


Quanto mais encontro surfistas de longa data, mais percebo o que todos tem de similar: o amor pelas ondas não os impede de ter outros interesses na vida.

Um dos mais antigos surfistas e shapers americanos, Bob Cooper, que vive na Austrália desde 1969, e com quem tive o prazer de viajar pela Europa em busca de ondas, disse que surfar para ele era uma situação menor, e que outros interesses o mantinham atento e atualizado. Outro mito da história do surf, o californiano Mickey Dora, que hoje vive em Guethary, na França, também já disse a este respeito que “quando tem onda eu sou surfista, quando não tem onda eu faço outras coisas”.

Não há nada mais importante na vida de uma pessoa do que diversificar seus interesses. E não há nada mais triste do que um surfista brocha porque as ondas não estão acontecendo.

Se o amor pelo surf torna-se a única razão para viver, corremos o risco de não deixarmos abertas as “portas da percepção”, e com elas fechadas paramos de aprender. E se não aprendemos mais nada, estagnamos, nosso espírito morre, mesmo se nossos corpos continuam aí, dirigindo carros ou empresas, como se estivéssemos vivos.

Acho que as pessoas verdadeiramente educadas nunca se formam, pois estão em constante estado de aperfeiçoamento e nunca receberão um “diploma”. Pegar onda muito bem, e todos os dias, pode ser apenas uma fase da vida.


Surfer: Tito Rosemberg. Local: Rio de Janeiro


Os verdadeiros “soul surfers”, ou surfistas de alma, não param nunca. Podem até pegar onda apenas algumas vezes por ano, mas nunca entregam os pontos, nunca “encaretam”. E nesta longa trajetória que venho percorrendo, com 36 anos de surf nas costas, venho percebendo com tristeza que muitos surfistas excepcionais, verdadeiros talentos, desaparecem das ondas depois de uma época.

Quando comecei a surfar, poucos brasileiros continuavam praticando esportes depois de entrar na universidade ou casar. Anos depois, morando na Califórnia, notei pela primeira vez que pessoas com 40, 50 e até 60 anos de idade, continuavam pegando onda, mesmo sendo obrigados a usar roupa de borracha, o que torna tudo mais cansativo. No Brasil de então deveria haver uma meia dúzia de gatos pingados que continuavam surfando depois dos 40.

Como até hoje pouco mudou nas praias brasileiras, acho que para nós tudo era competição, e que para a imensa maioria dos meus companheiros de areia e onda, quando não tínhamos mais chances de sermos campeões mundiais, ou pelo menos ser o melhor de nosso “point”, partíamos em busca de outros esportes como asa delta ou vela, gatas, casamento, família e bons empregos. E que tudo isso envolvia abandonar a praia, as ondas, os velhos amigos do pôr do sol, e recomeçar tudo de novo, pois agora “já havíamos crescidos”. Que bobeira!

Porque a universidade nos impede de surfar? Porque o casamento tem que ser o fim da praia com os amigos? Porque o emprego fixo significa não mais continuar na busca da onda perfeita? Porque não pegar onda casado, com filhos e interessado em outras atividades e trabalhando sério?

Depois de muitos anos de praia, temo que para muitos de nós dentro do mar, pegar onda seja apenas um ritual de passagem, uma atividade que se faz durante uma época restrita, entre a adolescência e o mundo adulto. Que desperdício e que tôca!

Em outros países pega-se onda mesmo com 80 anos de idade. Na ilha de Jersey, na Inglaterra, fui juiz de um campeonato de surf onde havia uma categoria só para aqueles que haviam começado a surfar depois dos cinqüenta anos de idade, e como os coroas curtiam! Na praia os garotinhos encorajavam os velhos competidores gritando: “Dá-lhe vovô! Vamos lá vovô! E eram todos netos de verdade dos surfistas que faziam suas manobras na água congelante do Canal da Mancha.

Na Califórnia, na Inglaterra, na França ou na Austrália, em qualquer dia de onda pequena ou grande, muitos, se não a maioria dos surfistas, são caras com mais de 40 anos de idade, com família, trabalho e responsabilidades mil.

Qual a diferença entre eles e nós brasileiros?

Acho que nós somos muito exibicionistas, e que só nos interessa pegar onda enquanto podemos impressionar nossos amigos ou as gatas na praia, ou enquanto temos chance de sermos campeão de alguma categoria. Uma vez que nossa competitividade esbarra com a realidade de que a maioria de nós nunca vai ganhar nem uma bateria, quanto mais um campeonato (eu, por exemplo, nunca ganhei nada, mesmo depois de mais de 3 décadas de ondas), perdemos o tesão, nos desinteressamos e partimos em busca de novos desafios. Bobeira!

O surf pode ser praticado até o último dia de nossas vidas. Aliás, o verdadeiro surfista deve continuar surfando, mesmo se a barriga atrapalha, ou se os braços já não são os mesmos, pois assim provamos ser verdade todo o tesão que dizíamos sentir quando pegávamos onda aos 15 anos de idade, e tentávamos fazer aquelas manobras então consideradas impossíveis.

Dentro d’água, temos que nos esquecer se estamos branquelos, não podemos levar em conta o fato de estarmos fora de forma, se nossa prancha não está na moda, ou se temos que ir para a praia com nossas mulheres e filhos.

Brasileiros adoram desafios, talvez até demais. Quem sabe nos faria um pouco de bem deixarmos de sermos tão exibicionistas e começarmos a surfar com a alma, mais do que com nossos músculos?

Hoje, quando encontro um jovem super empolgado, que só fala, pensa e faz surf, não consigo deixar de perguntar-me: até quando vai durar a paixão dele? Até o primeiro emprego? Até entrar na universidade? Até casar? Até os filhos nascerem?

Na vida não há nada mais gostoso do que a experiência. E quem permanece fiel aos ideais da juventude não corre o risco de estagnar, mas sim de evoluir. O espírito da descoberta é o verdadeiro remédio contra a caretice, a velhice azeda e o mau humor dos adultos.

Aldous Huxley, escritor e filósofo inglês que influenciou toda uma geração, já resumiu tudo numa só frase: “O segredo do gênio é levar o espírito da criança até a velhice, o que significa nunca perder seu entusiasmo”.

Amém!



De acordo com Máurio Borges:
"Tito Rosemberg é de longe o surfista brasileiro mais viajado do país. Sempre com algo a dizer. Sempre com um causo para contar, uma experiência para passar."


mais informações:
http://lendasdosurf.blogspot.com/2008/09/tito-rosemberg.html
http://www.titorosemberg.com.br/titorosemberg/
http://titobeante.blogspot.com/