"Como estava ventando um Sudoeste fresco, fomos cair no lado esquerdo do Pontal do Recreio. Peter Troy olhou um pouco o mar, caiu na água e pegou logo uma onda. Nós na praia ficamos de queixo caido: ele andava sobre a prancha e deu o que depois aprendemos a chamar de bottom turn, turn back e hang five.
Tudo com uma fluidez e facilidade que desconhecíamos. Peter voltou para o pico remando ajoelhado, também novidade. Na segunda onda em que entrou, deu um bottom turn tão radical que a pressão da água sobre a quilha arrancou o fundo da prancha que eu, para economizar, havia feito com uma fibra mais fina.
Minha prancha destruída e eu, sem me importar, pulando de emoção pelas possibilidades demonstradas em apenas duas ondas.
Logo em seguida soubemos que Russel Coffin, um garoto americano que morava com os pais em um hotel em Copa tinha uma prancha. Lá fomos nós para o hotel com o Peter a tira-colo. De lá voltamos triunfantes, com Russel e sua prancha – uma Bing – para o Arpoador.
O que se seguiu foi uma demonstração de todas as manobras conhecidas na época, com o hang ten incluso. Foi um ponto de inflexão. Dali para frente pegar ondas não seria mais a mesma coisa. "
obs:. Foto menor (preto & branco), meramente ilustrativa.
Surfers: Betinho Lustosa, e Almir no Arpoador, em 1965. Foto: Tito Rosemberg.
Se você é brasileiro e surfista, por favor, leia o texto completo aqui:
Arduíno Colassanti
Mais algumas fotos deste período e dos anos posteriores aqui.